“Sons que transcendem”

Diogo Richartz Benke, reitor da Católica SC

Ela está em todos os lugares. É tão presente que fica difícil imaginar um mundo sem a sua existência. Estou falando da música. Você já parou para pensar no que ela significa? Bem desafiador resumir em poucas palavras, não é mesmo? Seria uma forma artística e estética de expressão por meio da combinação de sons? Também. Mas ela é mais, muito mais.

Para o compositor e teórico musical italiano Pasquale Bona, é “a arte de manifestar os diversos afetos da nossa alma mediante o som”. De fato há canções que funcionam como verdadeiros portais para reviver momentos significativos de nossas vidas. E para formar novos também. Como aquele em que você toma palavras de alguém emprestadas e canta, pois as suas não são suficientes.

Nesse sentido, a música é um diálogo. Algo que brota no interior para impactar o exterior, seja onde for. O compositor e o intérprete falam com ouvintes em qualquer lugar no mundo. O K-pop, por exemplo, disseminou para o ocidente como uma avalanche a cultura coreana. Costumes, trajes, penteados e gírias vieram de carona para todos os continentes com o fenômeno pop.

A música é, sem dúvida, uma linguagem universal, que supera distâncias e fronteiras. Toca os céus. Em rituais religiosos, é a convocação para a presença do divino, do transcendental. Uma verdadeira conexão espiritual. Uma conexão também com o corpo, que se deixa levar pelo ritmo e dança, celebra, festeja, vivencia, inspira e cura. Desperta um sorriso no rosto do paciente do hospital ao ser visitado por sons repletos de esperança.

É sentimento. Declara o amor a alguém, para a cidade, pelo time, ao país. É quase uma pessoa, um amigo, que faz as lágrimas rolarem, traz euforia, aproxima com outros e faz companhia naquela viagem longa.

A música cria ícones, revela poetas e transborda inspiração. Inspira paixões e empodera vozes nos subúrbios. Convence a votar, a comprar. Deixa marcas na história, como no Woodstock, festival que retratou os anseios de uma geração, sedenta por paz e amor. É professora. Ensina novos idiomas e mostra outras formas de ver o mundo. Tem ainda, o poder de transformar sentimentos. A melancolia de uma segunda-feira chuvosa dá lugar à expectativa de um sábado ensolarado na beira-mar ao som do banjo.

Algo tão profundo, sublime e com múltiplos sentidos merece ser respeitado e estudado. Pensando na importância desse campo do conhecimento, a partir de 2020 teremos aqui no nosso câmpus em Jaraguá do Sul as opções de licenciatura e bacharelado em Música, em parceria com a Scar (Sociedade Cultura Artística).

A licenciatura presencial de quatro anos, em horário matutino, tem como objetivo formar educadores para a prática docente da linguagem musical na educação básica e espaços culturais. O acadêmico será estimulado a desenvolver habilidades técnicas no âmbito instrumental, vocal e de regência de grupos. Por isso, poderá atuar em instituições de ensino e conservatórios especializados, centros de pesquisa, grupos instrumentais e corais, associações, igrejas, produtoras culturais e empresas que ofereçam projetos na área.

Já o curso de bacharelado em Música foca na formação de profissionais com sólidos conhecimentos teórico e prático e de ampla formação artístico cultural. Será possível optar por instrumentos como violino, viola ou violoncelo. Pretendemos estimular o desenvolvimento de competências interpretativas, composicionais, organizacionais, pedagógicas, intelectuais e reflexivas, sociais e políticas necessárias ao profissional para sua atuação como instrumentista e líder. Ao fim dos quatro anos, também presenciais e matutinos, o profissional poderá seguir carreira solo, atuar em grupos musicais, estúdios e espetáculos.

Estamos muito entusiasmados com essa novidade e na expectativa para descobrir quem são os novos prodígios da música.